Já se perguntou por que a água, mesmo não estando com temperatura de 100ºC, evapora?

Ou seja, por que minha roupa no varal não precisa ser aquecida até os 100 ºC para ficar sequinha? E também, como é que tem água na atmosfera se não estamos vivendo nessa temperatura?


Não estamos vivendo a 100 ºC, mas talvez a uns 34º se você estiver em Manaus ou Fortaleza, ou uns 24º em Brasília e a roupa fica sequinha depois de um tempo, o que ocorre?

O mistério é solucionado quando temos uma visão de equilíbrio do processo, pois, dessa maneira, conseguimos distinguir ebulição e evaporação, dois tipos de vaporização. Logo, devemos entender como “equilíbrio” entra até mesmo nisso, para que possamos definir os dois processos.

Imagine que temos um líquido, a determinada temperatura e pressão, parte da substância escapa para a parte “gasosa” do sistema (1). Da mesma maneira, parte da substância que está na fase gasosa retorna ao líquido (2), se ambos os processos têm a mesma velocidade, então, há uma situação de equilíbrio.

Tenha sempre essa noção de equilíbrio, nossa mente sempre imaginará a matéria como estática, parada, porém não é isso que ocorre, há sempre essa troca intensa. Apesar de que, em muitos casos, os efeitos dessa troca são tão pequenos que desconsideramos.

A água que escapa do líquido exerce uma pressão de vapor. Suponha, que temos um líquido num recipiente evacuado, o líquido escapa para a fase gasosa até atingir um máximo o qual depende da temperatura no equilíbrio: a pressão máxima de vapor.

Se o líquido tem uma pressão máxima de vapor maior que a pressão do ambiente a uma dada temperatura, então, o líquido se torna vapor até que a pressão de vapor se iguale a do ambiente, processo de ebulição. Mas se ainda assim não atingirmos a pressão máxima de vapor, mais líquido vaporiza até atingir essa pressão, no processo de evaporação.

Difícil com todas essas palavras e definições novas?

Pense assim:

Para que as moléculas da fase líquida escapem para a fase gasosa, elas devem ter um movimento mais “frenético”, ou seja, a pressão de vapor “do líquido” deve ser maior do que a do ambiente. A água entra em ebulição a 100ºC e 1 bar, porque é nessa temperatura que sua pressão máxima de vapor atinge 1 bar, então, é mais fácil para as moléculas de água escaparem para a fase gasosa.

Então, voltemos à roupa no varal:

A atmosfera da Terra é bem complexa e então, enquanto a roupa seca, o vapor condensa em alguma garrafa contendo gelo, em janelas de quartos com o ar-condicionado ligado, assim, a pressão de vapor da água não chega ao seu máximo e temos a condição em que a pressão de vapor é menor que a pressão máxima de vapor, que seria o caso da evaporação. Então, a nossa camisa molhada do Ampulheta (manto sagrado) fica sequinha pelo processo de evaporação, por isso não precisamos aquecer até 100ºC.

Para resumir:

Pressão máxima de vapor > Pressão de vapor => EVAPORAÇÃO

Pressão máxima de vapor > P do ambiente => EBULIÇÃO